Quando eu tinha uns 8 anos, comprei um livro chamado “O Cachorro que
sabia dar risada”.
Não me lembro da história em si, mas tinha cachorro na trama, e isso já
era o suficiente para me fazer comprar um livro na época. Ainda é, na verdade,
mas agora eu levo em conta outras coisas também. Ou deveria levar.
Minha mãe não gostava muito desse meu critério para escolhas de livro,
lembro até que ela ficou bem brava uma vez, quando cheguei em casa com um outro
livro de cachorro, mas esse era destinado a crianças de 2 anos e tinha
basicamente imagens de cães e não propriamente uma história. Infelizmente não
vou lembrar o nome do livro, mas era uma coisa bem boba do tipo “O totó pega a
bola e sai correndo”.
Desculpa, mãe.
Na época, eu me lembro que fiquei encarando cães a procura de um sorriso, mas acho que
não encontrei nada porque acabei perdendo o interesse, ou esquecendo dessa
informação.
Eis que depois de 11 anos, eu finalmente vejo um cachorro sorrindo. E o cachorro não era ninguém mais ninguém menos do que a Layla, meu Fox Paulistinha.
Como podem ver, ela é bastante expressiva. Bom, pelo menos parece ser,
pra mim.
Uma coisa que o livro não me disse, e acho que muitos não sabem, é que
quando um cachorro sorri, é porque ele quer vomitar. Não tem nada a ver com
felicidade, ou qualquer outro motivo que te faça sorrir. Eles só querem vomitar
mesmo. Não sou nenhuma expert no assunto, nem tenho uma estudo científico
sobre, mas foi isso o que eu presenciei em uma manhã de uma Segunda-feira.
Eu também não sabia disso. Por isso quando olhei para a Layla e vi ela
sorrindo, achei que ela estava fazendo algo especial pra mim, tipo quando uma
criança mostra a coleção de meleca dela, ou quando um gato traz um bicho morto
pra você como presente. Achei realmente que fosse algo bonito e genuíno da
parte dela me dar um sorriso camarada enquanto eu me preparava para o trabalho.
Mas a vida tem dessas coisas. Ela te ensina determinadas coisas da pior
forma possível. A forma escolhida dessa vez foi, vomitar em cima da minha cama,
no meu cobertor.
Obrigada, Layla.
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