Quando nós éramos liberados pela imigração e passávamos pelas esteiras de mala, nós tínhamos que entrar em outra fila, aquela fila que o Brasil tem que você tem que tirar as jóias, relógios, metais e tudo o mais? Então, era basicamente a mesma coisa, com a diferença de que você entrava na fila e tinha uma mulher americana berrando ordens pra você em um inglês muito rápido e você tinha que prestar muita atenção.
Chegando a sua vez na fila você tinha que colocar a mochila na mesinha do raio-x, metais etc, e depois você tinha que tirar os sapatos.
Isso mesmo, ficar descalça no aeroporto pra entrar em uma máquina que mais parecia um vaporizador, ficar 10s com os braços levantados e depois sair correndo pra pegar o seu sapato, casaco, mochila, passaporte etc.
Achei muito interessante e não podia deixar de compartilhar.
˜
Ontem na minha caminhada percebi que aqui tem muita loja de peruca. E não são aquelas perucas de velha, são umas perucas maneiras, as que você usa em cosplay ou encontra no ebay. Ainda não reuni coragem para entrar em uma, though.
E me disseram que aqui tinha muito oriental, mas eu nunca imaginei que tivesse TANTOS assim. A maioria é chinesa, pelo que percebi. E é muito engraçado ouvi-los conversando na rua.
Na verdade, Vancouver é composta de várias etnias e todos se respeitam aqui, o que é bem legal.
˜
Hoje foi o meu primeiro dia de aula, mas eu não tive uma aula efetiva, foi mais uma apresentação.
Acordei de manhã cedo (super feliz porque não morri de calor graças a minha aquisição super útil de ontem, o mini ventiladorzinho) e me arrumei pra escola. Segundo o papel que recebi da EF, minhas aulas começariam as 8h, e como eu não sabia quanto tempo exatamente levava pra chegar até lá (mesmo o recepcionista e o papel informando que não levava mais de 20 minutos), resolvi não arriscar.
Pensei em descer mais cedo e perguntar ao moço do café da manhã se eu podia comer mais cedo, mas quando desci do elevador ele me disse que não podia de jeito nenhum abrir mais cedo. Afinal de contas, ele me disse, faltavam só 5 minutos para as 7h. (o café da manhã aqui é das 7h até as 10h)
A contragosto assenti com a cabeça e me dirigi para o salão principal e fiquei esperando o tempo passar. Aproveitei e fui trocar o dinheiro do ônibus com o recepcionista, porque aqui você tem que ter o dinheiro certinho pra isso, porque eles não te dão troco se você não tiver $2,75.
- Poxa, mas eu só tenho $5
Pois é, sinto muito. Você vai ter que usar o dinheiro inteiro se quiser pegar o ônibus.
E eles não tem trocador também! E ok, eu sei que no Rio a gente também não tem (porque o motorista que faz tudo hoje em dia HEHEIUUEIHEIUI), mas aqui o motorista só dirigi, e você que põe o dinheiro na urna que o ônibus tem e pronto.
7h eu desci, e tomei o meu café da manhã (dessa vez eu pedi pão, suco e cereal; também estava gostoso). Vi que aqui onde estou hospedada tem muitos alunos da EF e fiquei me perguntando se eles realmente eram da EF, ou ex-alunos, ou se seriam da minha turma.
O caminho pro ônibus foi tranquilo, eu só meio que me perdi uma vez, e mesmo assim percebi o meu erro a tempo de conseguir entrar na rua certa e não ter que voltar TODO o caminho de volta. <3
Enquanto esperava pelo ônibus, vi que uma menina que tomava café da manhã na minha frente também vinha andando na direção do ponto de ônibus com o mapa na mão. E eu achei engraçado porque eu já havia visto essa menina ontem, na lojinha de conveniência perto daqui. E foi muito legal porque ela me reconheceu e ficamos conversando enquanto esperávamos o ônibus.
Ela é mexicana e tem 19 anos, disse que ia cursar Arquitetura, mas o que ela queria mesmo era Design de Interiores, mas no México não tem esse curso sozinho, então ela teria que cursar primeiro Arquitetura pra só depois puxar a matéria de Design de Interiores. Ela é muito maneira e não se importou com os meus erros de inglês (apesar de que, aqui ninguém liga).
Eu fiquei meio preocupada porque eram, sei lá, 7:30, e o ônibus não passava de jeito nenhum, e eu como boa carioca sei o que isso significa, mas a minha preocupação foi acalmada 5 minutos depois (ou dois) quando o ônibus apareceu.
Uma coisa interessante daqui é que você não precisa fazer sinal pro ônibus parar, ele realmente para no ponto! Em todos eles!
E o caminho foi realmente rápido, sem trânsito, sem engarrafamento e com todos super felizes e uau! Coisa de outro mundo. Até me belisquei pra ver se estava sonhando.
Ah! Uma outra coisa interesante sobre Vancouver (não sei se em todo o Canadá é a mesma coisa), é que a moeda deles funciona da seguinte forma (e sinto muito, mas não consegui achar um jeito de colocar as fotos nesse computador e a internet daqui não é tão boa, então vocês vão ter que dar um jeito de procurar no google):
- A moeda que vale $2, que eles chamam de ˚Toonie˚
- A moeda que vale $1, chamada de ˚Loonie˚
- A moeda que vale 25 cents, chamada de ˚Quarter˚
- A moeda que vale 10 cents, chamada de ˚Dime˚
- A moeda que vale 5 cents, chamada de ˚Nickel˚
- A moeda que vale 1 cent, chamada de ˚Penny˚
E pra quem não procurou (ou procurou), as moedas são muito maneiras, mas tem um porém para nós brasileiros. heh
A moeda de 2$, a Toonie, é muito parecida com a nossa moeda de R$1. Tipo, muito mesmo.
- AI PAULA, NÃO É NADA.
É o que muitos amigos meus podem pensar, MAS ESCUTEM SÓ, VOCÊS NÃO SABEM.
Então, quando entrei no ônibus com o que eu achei ser o dinheiro certo, depositei na urninha lá e depois ganhei um Ticket (que só vale por tipo, 90 minutos, eu acho, então era meio inútil pra mim que ia ficar na escola até 4:15). Segui a viagem normalmente etc, mas depois quando cheguei na escola e me explicaram esse lance da moeda, eu percebi que na verdade tinha pago $4,75!11
Nossa, como eu me odiei naquela hora. Tava quase voltando pro ônibus pra pedir os meus $2 dólares de volta, mas não adianta gente.
Não adianta espernear e gritar e meter a mão na urninha, já era.
Na escola (que fica tipo, em um teatro-casa de show) eu e a minha nova amiguinha, a Michelle (!11), ficamos conversando e esperando algum staff nos dizer o que tinhamos que fazer. Quando um número razoável de alunos chegou, os staffs apareceram e fomos encaminhados para fazer uns testes. Quem já tinha feito o teste escrito na internet, só tinha que fazer o oral, que foi o que eu fiz.
Mas o teste oral não pareceu teste porque o professor só fez umas perguntas e depois dispensou a gente. De qualquer forma, depois desse teste, eu descobri em que turma eu ficava (que foi a B1... B2... Não lembro, foi o intermediário). A Michelle ficou no avançado, mas tudo bem. ):
Depois do teste, nós tivemos uma palestra (e foi aí que eu descobri das moedas!), os staffs foram apresentados, e depois tínhamos a opção de fazer um tour pela cidade por apenas $25. Como eu não conheço nada e duvido que vá conhecer sozinha, achei interessante pagar.
O guia era super legal e animado e ele nos mostrou os lugares mais importantes de Vancouver, e nos deu várias dicas de lugares pra ir. O passeio foi super legal, só fiquei meio triste porque a staff que ofereceu disse que o ônibus tinha ar-condicionado, e bem. Não tinha.
Staff mentirosa.
Uma coisa que eu gosto bastante em Vancouver é o fato da cidade ter muita variedade. Não só de pessoas, mas de coisas para se fazer, lojas, lugares e principalmente restaurantes. O Rio pode ter vários restaurantes, e outras cidades do Brasil podem tem N restaurantes, mas eu duvido que em alguma cidade brasileira tenha tanta variedade de comida como Vancouver tem. Você encontra de tudo sem precisar andar muito (ao menos que você esteja em Chinatown, daí você só vai encontrar comida chinesa, ou oriental lol): comida tailândesa, chinesa, coreana, americana, brasileira, canadense, da Maláia (eu não sei como chamar o povo desse lugar), indiana etc etc etc. E tudo parece muito gostoso, e o preço é super ˚camarada˚.
Hoje eu comi uma comida indiana, eu acho. Não lembro o nome, mas era em pão arabe, com uma coisa que parecia almôndega (mas não era!) e uns legumes e um molhinho. Tava muito gostoso e a atendente elogiou os meus óculos. ;_;
Como eu disse, todo mundo é maneiro aqui.
Nesse Tour, também conversei com outras pessoas, a maioria era mexicana, mas tinha uns brasileiros no meio também. A coisa boa, é que mesmo sendo brasileiros, eles não falaram português comigo, e nem eu com ele. :3
Comentei com uma menina que eu achava melhor ficar em Host Family, porque aí a família te mostrava a cidade etc, e podia falar com você em inglês toda hora; enquanto que em residência você ficava meio perdido as vezes e você ainda corre o risco de fugir do inglês (por exemplo, evita sair de casa porque assim não precisa falar com ninguém), mas ela disse que não era bem assim.
A menina falou que era muito raro você achar uma Host Family maneira, e que a HF dela quase não aparecia em casa, ou a deixavam de lado. Eles não mostraram a cidade pra ela, e nem falam muito com ela. Ela só, sabe, dorme em um quarto da casa.
Achei isso horroroso e meio traumatizante. Sei lá, eu ia ficar meio triste se a minha HF me ignorasse, até porque eu gosto do convívio em família. Gosto de sentar na mesa a noite e contar o meu dia e ouvir o dia dos outros.
Internamente dei graças a Deus por não ter ficado em uma.
Quando o Tour terminou, voltamos pra EF pra pegar o nosso material, e depois voltei pra casa junto com a Michelle.
Ela me perguntou se eu conhecia algum supermercado, e nós marcamos de sair depois de descansarmos uma horinha. Mesmo tendo ido ao supermercado ontem, fiz com que nós duas nos perdêssemos, e quase matei a gente no caminho porque ainda não me acostumei com o sistema de sinalização da cidade... Mas tudo bem! Chegamos vivas ao supermercado e ela comprou umas coisinhas.
Aproveitei pra trocar uma bateria que eu tinha comprado na Best Buy, e acabei comprando errado porque os nomes das câmeras são muito parecidos (60D pra D60, pfff), mas fiquei meio preocupada porque não tinha achado o recibo... E não sabia se a loja ia aceitar de volta porque eu já tinha aberto o negócio.
Então quando eu entrei na Best Buy procurei pelo carinha maneiro que tinha me atendido, e fiquei muito feliz quando ele me reconheceu! E mais feliz ainda porque ele disse:
- É... Eu estranhei você ter comprado essa bateria, porque você comprou outro modelo... Mas esqueci de te avisar. E não se preocupe, é só ir ali no Atendimento ao Cliente e dar o seu número do cartão que aí podemos ver o recibo e trocamos pra você.
!!!!!
QUANDO QUE ISSO IA ACONTECER NO BRASIL????? NUNCA
NUNCA
NUNCA
NUNCA
SE EU CHEGASSE SEM O RECIBO NA LOJA COM O PRODUTO ABERTO, O CARA IA RIR DE MIM E DIZER ˚OLHA AMIGA, SINTO MUITO˚
Quase abracei o carinha. Sério.
Troquei a bateria e tudo o que tive que fazer foi pagar uma pequena diferença de preço.
Voltamos pra casa, me despedi da Michelle (que mora no quinto andar!), agora to aqui.
Reflexão do dia: preciso controlar esse dinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário