quinta-feira, 23 de abril de 2015

Lábios de meeel

(A vida é realmente muito irônica. Eu ia escrever sobre o meu protetor labial favorito, e no mesmo dia, o perdi. Não sei se encaro isso como um sinal, ou se vejo isso como a minha mãe quis me consolar um dia quando perdi uma coisa: “A natureza só estava pedindo-a de volta”.
Então, tá, natureza. Beleza, mas me avisa antes, ok? *

*Update: Acabei de achar ele, então tá tudo bem!)

Meus lábios são muito ressecados. Muito mesmo. Apesar disso, eu sempre odiei protetor labial porque ou eles tem um gosto muito ruim, ou são muito “molhados”, tipo gloss e eu odeio essa sensação. É muita agonia pro meu coraçãozinho.
Por isso, sempre relutei muito para usar, o que acabava deixando o meu lábio mais seco que o deserto do Saara e com mil e uma feridas, porque peles me irritam mais do que tudo e eu não consigo me controlar quando eu sinto que tem uma despontando. Sempre arranco tudo. O que não é bom e nem um pouco atraente. (a não ser que você goste de gore, aí tudo bem).

Por isso, de uns três anos para cá eu comecei a dar mais atenção aos meus lábios, talvez porque tenha sido quando eu descobri que tinha estomatite e que se eu ficasse mexendo na boca toda hora, eu estava mais propensa a ter a parte da infecção nessa área e não é nada bonito. Sério. Não procurem no google.

Então lá fui eu na minha saga em busca do protetor labial perfeito.


Na verdade nem era uma saga propriamente dita, eu só acabava perdendo o recém comprado muito rápido, o que sempre era uma desculpa para comprar um novo ao invés de procurar o antigo. Por causa disso, eu já testei e fiquei refém de muitos protetores. Uns ótimos, e outros que eu nunca mais vou comprar na vida.

Os que eu mais gosto e procuro sempre comprar são os da Nivea. A marca tem uma variedade grande e eu gosto de comprar uns diferentes para testar, ou pelo menos tento. No entanto, sempre que os meus favoritos acabam, eu não me controlo e compro mais (mesmo já tendo cinco abertos e espalhados pela casa).

Os que eu mais uso da Nivea são:


  • Med Protection
"NIVEA Med Protection é adequado para prevenir e reparar a hidratação dos lábios muito ressecados de maneira rápida e eficaz"

Diferente do Essential Care, ele é um pouco mais sequinho, mas hidrata da mesma forma! E tem um gostinho meio diferente também, nunca consigo descobrir o que é porque é quase imperceptível.
Gosto muito dele, e o melhor de tudo é que ele é bem barato. Custa em torno de R$8~10, dependendo da farmácia.

"Sua fórmula é enriquecida com Bisabolol, Óleo de Gérmen de Trigo e Vitamina E, que suavizam os lábios secos, enquanto sua camada de proteção inivisível previne o ressecamento. Proporciona cuidado intensivo e de longa duração.
Contém FPS 15, protegendo contra raios solares UV."
(peguei as informaçoes do próprio site da Nivea)


  • Essential Care
Eu não gosto taaanto assim porque acho ele um pouco demais. Ele é um bom protetor labial, mas como não curto coisas muito molhadas (ele parece água sólida, uma coisa muito estranha), eu acabo usando ou comprando quando não tenho outra saída. Não me entendam mal, ele é ótimo! Principalmente quando vou para lugares frios e o Med Protection não dá conta.

"NIVEA Essential Care proporciona hidratação prolongada e eficaz prevenindo ressecamento, deixando seus lábios macios e suaves. (...) Sua fórmula é enriquecida com Óleo de Jojoba e Manteiga de Karité, que previne seus lábios do ressecamento, resultando em lábios saudáveis e macios." (peguei as informaçoes do próprio site da Nivea)

O preço é igual ao do Med Protection, então eu acabo escolhendo mais pela textura mesmo.


  • Caudaíle

Mas o meu favorito mesmo, é o da Caudaíle.
Não posso ficar comprando sempre porque ele é um pouco mais caro que os da Nivea, e o Med Protection é bem parecido com ele, então entre pagar R$35 e R$10, eu acabo optando pelo mais barato.

"Um condicionador labial antioxidante e hidratante que proporciona lábios macios e conforto duradouro. Concentrado com ingredientes hidratantes ativos, polifenóis de uva antioxidantes e óleo de damasco reparador, este bálsamo deixa os lábios macios, reparados e protegidos. " (peguei as informaçoes do site da Sephora)

Ganhei de presente do meu pai e ele tem durado há um tempo já. Não sei se porque eu o perco nos bolsos diversas vezes, ou porque ele é bem durável mesmo, mas ó coisinha boa.



Além do uso constante dos protetores labiais, esse mês eu resolvi investir em outra coisa também: um esfoliante labial.
Eu li isso em um blog e resolvi testar porque a menina dizia que os lábios ficavam mais macios e menos ressecados e sem pelinha, e bem, mal não tinha, né?


Acabei optando pelo esfoliante da Lush porque era a única loja que eu sabia que vendiam esse produto e eu sempre quis comprar alguma coisa deles, então fiquei paquerando os produtos.

Eles vendem em três sabores: Popcorn, Mint e Bubblegum. Eu acabei ganhando o Mint de presente de aniversário, o que foi muito bom porque era justamente o que eu queria!


Fui dar uma olhada no site e vi que ele custa R$41,50 (ouch), mas acho que vale a pena. Os ingredientes são todos naturais e ele realmente funciona, além de ser super gostoso. Quantas vezes eu já não me peguei passando o esfoliante no lábio só para não comer um doce? rs
Eu uso três vezes por semana, às vezes duas, e não tenho mais pelinha despontando! A não ser que passe o dia sem beber água ou não tenha à mão um protetor labial. Então, acho que o esfoliante cumpre bem o que promete. 

"Uma suave esfoliação labial com um sabor de bala de hortelã. (...) a hortelã-pimenta e a baunilha, junto com os cristais de açúcar, prestam um serviço completo aos seus lábios (e paladar), deixando-os suavemente preparados para a aplicação do batom. Ao passar a Mint Julips, você vai sentir um leve formigamento causado pelo óleo da hortelã-pimenta, enquanto os cristais de açúcar renovam a pele descamada."


Lembro que quando comprei, fiquei preocupada porque senti o meu lábio formigar e não tinha lido ninguém falando que o mesmo tinha ocorrido, então achei que sei lá, minha boca ia cair! Mas não, é normal mesmo, por causa desse ~óleo da hortelã-pimenta~. Todas as informações dos ingredientes estão aqui. 



Vem bastante coisa e sempre fico com vontade de comer os meus lábios quando passo o produto. hehe

Além do esfoliante, eu ainda ganhei uma amostra grátis de um hidratante corporal, o Karma Cream, que eu ainda não testei, mas tem um cheirinho muito gostoso. To só esperando os meus outros hidratantes acabarem para experimentar. :3

quarta-feira, 15 de abril de 2015

O amor é cego, ou você que é?


Dizem que o amor é cego, mas na verdade nós que somos. É como se nos primeiros meses de relacionamento uma venda opaca fosse posta sobre os nossos olhos e ficássemos cegos e surdos a tudo o que a nossa paixão faça de errado, tudo aquilo que quebre um pouco essa ideia de amor perfeito que tão cuidadosamente criamos e alimentamos.

Eu ia seguindo a dança, o ritmo frenético da doce música que os predadores cantam e tocam para atrair a presa, e teria caído na rede dele, caso não tivesse recebido tantos alertas de todas as pessoas com as quais se preocupavam e me amavam. Não que eu mesma não percebesse as coisas erradas, mas estava tão envolvida, tão presa em todos aqueles sentimentos novos e excitantes que eu nunca havia sentido, tão cega por todo aquele brilho, que ignorei todos os sinais amarelos e vermelhos, todos os avisos, todas as hesitações, todas as vozes de alerta que o meu instinto me berrava “Nem tudo o que reluz é ouro”. Achava que era só o medo do desconhecido, que sussurra no seu ouvido antes de você enfrentar uma experiência nova. E nas palavras do predador “você não pode deixar essa oportunidade passar porque tem medo”.

Eu teria continuado. Acho que não teria forças para nadar contra a correnteza que ele me arrastava. Ficaria tal qual uma mosca estúpida que não percebeu o quão perto voava perto da teia, como uma mariposa que achava que podia voar perto da luz, e não morrer ao se chocar contra o vidro e o calor.

Se eu não tivesse recebido um tapa na cara tão forte, uma arrancada brusca e rápida da venda que me cegava, talvez hoje a minha vida estivesse destruída. Era como se a própria vida dissesse “OLHA O QUE VOCÊ VAI FAZER” e me forçava a olhar. E de repente, me dei conta pela primeira vez do que estava fazendo comigo. O que ele fazia comigo. Como ele fazia com que eu me sentisse, e como eu me curvava, sem perceber. O que vi foi chocante, degradante, me revirou o estômago e eu quis chorar. Como eu tinha me colocado naquela situação? Como tinha permitido ser usada daquela forma? Ser tratada como um mero objeto? Eu, que sempre procurei me dar valor, ser tão desvalorizada e rebaixada?

Talvez, se eu tivesse continuado, eu estivesse perdida de uma forma que já não fosse possível achar o caminho de volta. Quando paro para pensar, percebo que talvez eu tivesse ficado sozinha, refém do predador. Presa em um eterno conflito interno, pois um lado meu sabia que tinha algo errado. No entanto, o outro achava por bem ignorar, ser complacente, perdoar, porque amar é perdoar, não é isso o que dizem?

“É muito comum que as mulheres acreditem que é um sinal de compromisso, uma expressão de amor, suportar o maltrato, a crueldade, perdoar e esquecer. Na verdade, quando nós amamos direito, nós sabemos que a resposta saudável e amável a esse tipo de abuso é nos retiramos desse caminho de dor”. (tradução porca de uma frase da Bell Hooks).

No início, confesso que me retirei mais pelos outros. Como disse antes, eu não teria forças para sair sozinha, precisava da ajuda dos demais, e aqueles que se preocupavam me pegaram pelos braços e me tiraram da água turva. Depois disso foi ficando mais fácil. Restabeleci a visão perdida, pude ver a incoerência das palavras do leão e pude tirar o piche das minhas asas, que tão sofregamente tentavam alçar vôo aos primeiros sinais de abuso, mas que se encontraram sem forças até mesmo para planar. Voei para longe, ignorei as tentações, e por mais que vá contra a minha natureza, não posso me sentir mal pelo tratamento que dispenso a ele. Afinal de contas, é a minha resposta saudável a esse tipo de abuso. É a resposta amável para comigo mesma, porque esse não é o tipo de amor que eu acho que mereço.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Sobre transporte coletivo (II)

Pra quem não sabe, eu moro no Rio de Janeiro. Apesar de ter os seus pontos negativos, uma das coisas que eu mais gosto aqui é que tudo dá pra fazer a pé. Tudo mesmo, se você tiver disposição. Se você não é daquelas que curtem andar, o transporte público é uma boa opção. Ele pode ter os seus defeitos e, na maioria das vezes, tirar a sua paciência, mas a oferta é muito boa. Tem sempre ônibus, para infinitos lugares e eles estão melhorando. Até ando achando os motoristas mais simpáticos. O metrô também é muito bacana, não tenho mais usado com frequência, mas até ano passado ele era uma ótima alternativa.
Então, assim, reclamo quando tem que reclamar, mas não tenho coração de pedra, sei reconhecer os esforços e acho importante tentar encontrar algo de bom em todas as coisas ruins do mundo. *meta de 2015*

Estou escrevendo isso porque ontem à noite eu estava em uma 'festa' de trabalho, e precisava ir à Tijuca, mas estava com uma preguiça horrenda de pegar ônibus e de descobrir qual número eu deveria pegar para chegar à Zona Norte.
Enquanto andava em direção ao ponto mais próximo, olhei a rua e vi vários táxis. Vários mesmo. Achei irônico porque sempre que eu preciso de um, nunca tem; e quando tem, eles nunca param ou querem me levar para o meu destino porque, segundo os taxistas, "é muito engarrafado" ou "ai, é muito longe". O que me deixa bem brava, mas.
Fiquei pensando se estava disposta a gastar uns R$50 em um meio de transporte que iria me deixar exatamente onde eu queria, ou se gastava R$3,40 no outro que me deixaria mais ou menos perto do meu destino e andar por uns cinco-oito minutos. Depois desse dilema eterno que durou dois minutos, optei pelo ônibus mesmo porque né. Primeiro dia do mês, pra que gastar o meu suado salário de estagiária em um táxi? Optei pelo coletivo porque pelo menos eu não ia ser obrigada a falar com o motorista. Ou talvez sim, vai que eu tinha azar e aparecia um cara simpático querendo trocar ideia às 20h30 da noite?

Olhei a placa que indicava quais ônibus paravam naquele ponto específico e vi que tinha três opções. Como não conhecia nenhum deles, iria ter que perguntar ao motorista onde exatamente na Tijuca ele passava e se iria servir. Achei que fosse esperar um tempão, mas os deuses são grandiosos e um deles apareceu rapidinho.

- Oi, moço. Boa noite. Esse ônibus para na Tijuca?
- Depende de onde na Tijuca você quer parar.
- Perto da São Francisco, na rua da igreja.
- Passa, sim.
- Você pode me avisar?*
- Posso, mas você tem que me lembrar. Daqui até lá é um caminho muito longo.
- Tudo bem, obrigada.

* Sobre essa pergunta é importante ressaltar que apesar de sempre fazê-la e, na maioria dos casos, a resposta ser sempre positiva, raramento sou avisada. Posso contar nos dedos quantas vezes eles de fato me avisaram, por isso vocês têm que sempre ficarem atentos e checando o Google Maps no celular, se o telefone for bom. O que no meu caso não é, então nessas horas vocês precisam redobrar a atenção.

Curtindo a minha trilha sonora e pensando na vida, percebi que o motorista era meio louco. Na verdade meio é eufemismo meu. Ele era bem louco mesmo e era um péssimo motorista. Só naquela curta viagem até a Tijuca vi a minha vida passar diante dos meus olhos umas 15 vezes. Ele inclusive BATEU EM UM ÔNIBUS e seguiu dirigindo como se nada tivesse acontecido e só parou para olhar porque uma passageira começou a fazer um escândalo falando que ele tinha ~atropelado alguém~ sendo que???????
Depois disso umas pessoas quiseram descer e o motorista, com muito bom humor, gritou:

- PODEM DESCER, VOCÊS JÁ PAGARAM MESMO.

Quando vi que estava chegando (lembram que eu fico atenta em dobro?), levantei e apertei o botão. Notei que pelo espelhinho o motorista estava tentando fazer contato visual comigo e me avisar que estávamos perto do ponto. Não esperava que ele realmente avisasse. Posso adicionar mais um dedinho à contagem de motoristas que me avisaram de verdade sobre o ponto em que eu deveria descer.

O que foi bem maneiro.